O aprendizado contínuo tornou-se um mantra no mundo corporativo nos últimos anos, principalmente quando o tema “Inovação” está no centro dessa pauta. Mas se levarmos em conta a desigualdade social evidente em nosso país, temos que considerar e valorizar muito a parceria entre a academia e a indústria no sentido de viabilizar o desenvolvimento de novos projetos em âmbito nacional e internacional.
Temos ainda uma longa jornada a percorrer. Mesmo sendo a 9a. maior economia do mundo, o país ocupa o 62o. lugar no ranking do Índice Global de Inovação (IGI), segundo dados da Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Quando pensamos em cultura da inovação, não temos como deixar de envolver a sociedade, as empresas e o meio acadêmico. Cada um deles define anseios e promove descobertas por recursos que melhorem a vida das pessoas, trazendo mais prosperidade a todos.
Podemos analisar a parceria academia e indústria por duas óticas. A primeira diz respeito à divulgação dos produtos e serviços que as empresas podem promover nas universidades, onde o terreno é fértil para as descobertas. Também é neste universo que são formadas as novas gerações de profissionais especializados em tecnologias de ponta, tais como 5G, Inteligência Artificial, Business Intelligence, Machine Learning, entre outras. A segunda mostra o potencial da indústria em desenvolver projetos de PD&I junto com as mentes brilhantes de estudantes e bolsistas, entusiastas em suas atividades fim.
Nos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, esta iniciativa ganha ainda mais força por endereçar um assunto urgente: a inclusão social em regiões com baixa capacidade de captação de projetos da indústria.
A importância dos ICTs
Pouco ainda é conhecido sobre o impacto das Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICTs), órgãos ou entidades da administração pública ou entidades privadas sem fins lucrativos, que receberam a missão de, entre outras atividades, desenvolver a pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico.
É um trabalho muito sério que fomenta a inovação e ao mesmo tempo gera empregos e renda para as populações mais carentes. No Nordeste, por exemplo, a exposição reduzida da economia da região ao mercado externo e a forte dependência de programas de transferência de renda, dominam algumas percepções de quem olha de fora.
Mas poucos sabem que embora o setor empresarial seja o efetivo demandante por inovações, são os ICTs nessas regiões que as desenvolvem, buscando uma interação conjunta para a construção das propostas de apoio. Nos projetos de gestão e inovação assumem responsabilidade de executar as atividades técnicas previstas no Plano de Trabalho do instrumento contratual.
Os projetos de PDI, quando inscritos para avaliação e aprovados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), recebem incentivo da Lei de Informática. Entre os benefícios estão o impulsionamento do investimento em P&D e a formação de grandes Institutos de Ciência e Tecnologia, que ajudam na descentralização da competência de projetos das regiões Sul e Sudeste para o Norte, Nordeste e Centro-oeste do país, gerando aumento da competitividade dos mesmos no mercado internacional.
Gigantes da indústria como Huawei, Dell, HP, Apple, Ericsson e Cisco, já investiram em projetos com os ICTs e usufruem dos benefícios dessas parcerias por meio de produtos tecnológicos desenvolvidos na academia, mas que atendem ao mercado atual e demandas futuras. Nesse cenário, os dois lados obtêm ganhos. Além disso, é uma boa forma de planejar os investimentos trimestrais, após a Nova Lei de Informática ter entrado em vigor.
Os programas de capacitação profissional ajudam a alavancar a pesquisa tecnológica junto às universidades públicas, colocando-as em contato com o know-how de gestão de projetos e compromissos com escopo, orçamento e cronograma exigidos pelas empresas contratantes.
A indústria pode contar com este recurso e estamos aqui para mostrar os reais benefícios a serem obtidos no curto, médio e longo prazos!